segunda-feira, 28 de julho de 2008

Síndrome da Barbie

Mulheres são mais fortes, inteligentes, sensíveis, humanas, generosas, altruístas, fiéis, sensatas, do que os homens. Basta dizer que uma prova disso é que noventa por cento dos crimes violentos são cometidos por homens.
O sistema que controla a humanidade foi concebidop nas entranhas da mente masculina. As mulheres precisam entrar em cena com sua graça e coragem.
No passado, o sistema masculino considerava as mulheres uma classe inferior, apenas um objeto submisso de reprudução sexual. Se tentassem demonstrar algum conhecimeto superior ao dos homens, eram acusadas de bruxaria, amordaçadas, queimadas, apedrejadas e torturadas.
Com o tempo, elas se libertaram, resgataram parcialmente seus direitos. Elas começaram a votar, brilhar no mundo acadêmico, crescer no mundo corporativo, ocupar espaços nos mais diversos territórios sociais; as mulhres tornaram-se cada vez mais ousadas. Com eficiência, começaram a mudar alguma áreas vitais da sociedade, a introduzir tolerânci, solidariedade, companheirismo, afeto e romantismo. Mas o sistema não as perdoou pela audácia:
Preparou para elas a mais cafajeste e sorrateira das armadilhas. Em vez de exaltar sua inteligência e notória sensibilidade, começou a exaltar o corpo da mulher como nunca antes na história. Usou-o exaustivamente para vender produtos e serviços. Como é o caso da cerveja, elas são tidas como prostitutas gostosas que servem aquele camarada barrigudo com uma roupa minúscula(se é que podemos denominar assim...) a queal se enxerga até o útero! Ué, por que não colocar aquele cara lindo demais com uma sunguinha de oncinha servindo cerveja às mulheres? Mas uma vez elas são tidas como escravas gostosas multi-uso!
Aparentemente elas se sentiram bem-aventuradas. Parecia que as sociedades modernas estavam querendo compensar milênios de rejeição. Ingênuo pensamento.
Quando as mulheres se sentiram no trono do sistema masculino, o mundo da moda as aprisionou no mais grave e sutil estereótipo ( e na minha opinião estereótipos reduzem ignorantemente a dimensão humana): O estereótipo do belo. O mundo da moda começou a ser formado pela exceção genética. Que desastre! Que injustiça!
Para maximizar as vendas e gerar uma atração fatal entre as mulhres, o mundo fashion começou a usar seus corpos completamente fora do comum , como protótipo de beleza. Uma entre dez mil jovens de corpo madérrimo e fáceis, quadris, nariz, busto e pescoço bem-torneados tornou-se ao longo dos anos o estereótipo do belo. Que consequências no inconsciente coletivo ! Funcionou como uma bomba silenciosa que implodiu a auto-imagem e causou terrorismo contra a auto-estima!!!
A exceção genética virou uma regra. As crianças transportaram as bonecas Barbie com seu corpo impecável para o teatro da vida, e as adolescentes transformaram as modelos em um padrão de beleza inalcançavel. Esse processo gerou, em centenas de milhões de mulheres, uma busca compulsiva por esse estereítipo, como se fosse uma droga viciante. Elas, que sempre foram mais generosas e solidárias com os homens, tornaram-se, sem perceber, carrascas de si mesmas.
Quando pensavam estar voando livremente, o sistema tosou-lhes as asas com a "Síndrome da Barbie".
O desespero para alcançar o corpo perfeito fê-las adoecer profundamente e estancou através da anorexia o que jamais conseguimos estancar naturalmente : o instinto da fome.
Face cadavérica, ossos saltando sob a pele. Formando uma imagem repulsiva! Milhões de células suplicam por alimento, mas elas não têm compaixão de seu corpo. Enxergam-se "obesas".
Nossa sociedade modernamente primitiva não apenas difunde a magreza insana, mas supervaloriza um determinado tipo de olhos, pescoço, busto, quadris, tamanho de nariz - enfim, um mundo que exclui e discrimina quem está fora dos parâmetros impostos. E o pior é que isso tudo é feito sutilmente.
Há 50 milhões de pessoas com anorexia nervosa no mundo, um número que nos remete às proporções do número de mortos na Segunda Guerra Mundial.
O sistema social é astuto, grita quando precisa se calar e se cala quando precisa gritar. Nada contra as modelos e os inteligentes e criativos estilistas, mas o sistema se esqueceu de gritar que a beleza não pode ser padronizada.
Onde estão as gordinhas nos desfiles? Onde estão as jovens com quadris menos bem-torneados? Onde estão as mulheres de nariz saliente? Por que neste tempo se escondem as jovens com culotes ou estrias? Não são elas seres humanos também? Não são elas belas? Por que o mundo "fashion", que surgiu para promover o bem-estar, está destruindo a auto-estima das mulheres? Essa discriminação socialmente aceita não é um estupro da auto-estima? Não é tão violenta quanto a discriminação contra os negros?
Todo ser humano tem beleza única!
O sistema entroniza as modelos magras , simultaneamente, as encarceram. E, em pouco tempo, são descartadas.
A discriminação demora minutos para ser construída, mas séculos para ser destruída!!!

Um comentário:

Béia disse...

tem toda razão!!!
viva as gordinhas,as magrinhas,viva a diversidade!=D


Beca;*